Fortal x Halleluya
- Luan César da Costa
- 22 de jul. de 2023
- 3 min de leitura
Nesse fim de semana aqui em Fortaleza ocorrem 2 festivais antagônicos: Fortal e Halleluya.
O Fortal é uma assosiação entre empresários do forró eletrônico - os que mandam no setor de eventos musicais no estado do Ceará desde o começo dos anos 1990 - e Bell Marques, vinculado ao Chiclete com Banana mesmo depois de ter saído.
No Nordeste do Brasil depois de andar atrás de um caminhão e daquele ano em que ele virou camaleão que nem ele conta numa música ele implantou junto com sócios locais as apresentações que ele faz 1 vez por ano: Sirigüela, o nome da mais cearense entre as frutas aqui em Fortaleza; Namoradilha em Campina Grande e outros; ele inventou as micaretas com a mesma composição societária: carnavais comerciais fora da época carnavalesca, aqui em Fortaleza é o Fortal, em Natal é o Carnatal, em Campina Grande havia a Micarande, em João Pessoa havia a Micaroa, no Recife havia o Recifolia e em Sergipe havia o Pré-Caju antes do carnaval e ele depois nessas micaretas passou a usar os nomes dos trios dele mesmo: Nana Banana - nome duma música dele - , Vumbora e outros.
Eu gosto de algumas músicas dele, mas exportar essas farras soteropolitanas para ganhar dinheiro é demais, você jamais me verá numa micareta porque só é uma farra cara.
Hoje colocam forró eletrônico só porque é criação cearense, piseiro, música eletrônica, funk e sertanejo, nada a ver, é cada besteira...
E hoje a música baiana das paradas de sucesso é resumida ao Léo Santana, o cantor do "Rebolation"... e o desce e sobe de algumas músicas do axé faz a economia, outro constante sobe e desce, subir com os turistas...
Halleluya
No final dos anos 1990 a Comunidade Católica Shalom, que tem um membro que morreu com fama de santidade, talvez seja santo e talvez não, criou no estado considerado o mais católico do país uma alternativa jovem às micaretas.
Eu vi um trecho de uma entrevista do Padre Fábio de Melo, que vai há vários anos ao Halleluya elogiando o festival dizendo que é cheio de unção.
Tem missa e a entrada é pela doação de alimentos não-perecíveis - a caridade católica - , aspectos excelentes e os cantores são bem intencionados e sérios, mas cantam com violão e cantam músicas pentecostais parecidas com música evangélica brasileira moderna (o gospel pentecostal).
É uma excelente ideia a Irmã Kelly Patrícia do Instituto Hesed, sediado no Ancuri na periferia de Fortaleza cantar músicas derivadas dos grandes santos e cantar porque ajuda a popularizar as letras belíssimas.
Pessoas mudam de vida e se convertem, a Igreja evangeliza, o demônio tem muito medo do Halleluya, mas a melodia das músicas faz o festival ser ruim.
O festival já teve como patrocinadores, eu não sei se ainda são, o velho suco Jandaia - muito melhor que seu concorrente Tang - , Beto Studart - ex-presidente da Federação das Indústrais do Estado do Ceará (FIEC) e especulador imobiliário - , TV Jangadeiro - afiliada do SBT no Ceará - e outros; além de ter mais público que o Fortal.
É uma inegável rasteira grande no capiroto, mas tem um garnde problema nas músicas: melodia.
Caso no ano que vem houverem cantos cantando canto gregoriano e composições de Bach - ele era evangélico, mas serve - e Handel, os maiores compositores da música clássica barroca e da história humana que fizeram em maioria composições cristãs, eu irei.
Kommentare