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Domingão do tediozão no Brasil

  • Luan César da Costa
  • 16 de out. de 2023
  • 6 min de leitura

Eu percebi há muitos anos que o domingo é o dia nacional do tédio, mas eu também descobri que nunca havia tentado nomear até pouco tempo atrás o que eu descobri: quando o futebol brasileiro está de férias e desde o ano passado quando a Série A passou a seguir a Data FIFA porque uns poucos times brasileiros voltaram a ter jogadores convocados para a Seleção Brasileira e para as seleções dos países vizinhos que o tédio sem o futebol aumenta.

É um problema silencioso que todo mundo sabe que existe, mas que ninguém quer admitir também por causa do fator agravante que é a falta de dinheiro da maioria das pessoas aqui no Brasil. Então aí tem muita gente que vai dormir, pensar besteira, ficar vagando no celular, assistir no YouTube e no streaming e pegar o controle remoto e passa a zapear os filmes e programas de auditório das redes de televisão.

E o futebol acaba temporariamente com o tédio de muita gente. Até o Alan Neto (o velho que grita em seu programa de brigas esportivas "Olha o deeedo do Trem Bala!") reclama no programa dele quando não tem futebol no fim de semana e olha que ele é um homem de classe média-alta, ou seja, tem várias opções para se divertir. Mas a maioria tem poucas opções e vai dormir, pensar besteira, ficar vagando no celular ou assistir no YouTube e no streaming.

Quer uma pessoa que simboliza o tédio aqui no Brasil? O ex-apresentador de programas de auditório Faustão que tanto irritou o povo brasileiro falando besteira e não deixando as celebridades convidadas falarem. É óbvio que eu quero que ele ainda tenha muitos anos de vida na medida do possível muitos anos, mas para muita gente ele 2 anos depois de ser demitido da Rede Globo é associado ao tédio dominical que era aguentá-lo.


Como as gerações mais antigas sofrem?

E o pior é que a maioria das pessoas das gerações X (nascidos entre 1960 e 1980) e baby boomer (nascidos entre 1946 e 1960) cresceram com a televisão ligada. E o que a telinha diz para a pessoa? Evite ver sites e vídeos de quem você nunca ouviu falar na internet porque lá existem pessoas que você nunca ouviu falar que disseminam fake news, confie em nós porque você nos conhece há muitos anos.

Como se a pessoa adulta não devesse saber ela mesma saber separar o joio do trigo, existe muita mentira? Sim. Mas que tal você tentar aprender a discernir o que é verdade e o que é mentira? Pesquisar fontes diferentes, comparar as fontes, entender as nuances dos textos jornalísticos etc.? São coisas que todo adulto tem que saber, inclusive na época pré-internet.


Como as gerações mais novas sofrem?

À medida que a pessoa vai ficando cada vez mais jovem, os millenials (nascidos entre 1981 e 1996), a Geração Z (nascidos entre 1997 e 2009) e a Geração Alfa (nascidos a partir de 2010) crescem com cada vez menos idéias de ter o que fazer; sendo mais propensas ao vício no celular.

O meu irmão, que tem 9 anos sente tédio aos domingos porque ele brinca mais em jogos do celular do que com outras crianças ou com brinquedos. É de diminuir a imaginação infantil!


Atenção, estrangeiros!

Aos leitores estrangeiros, daqui até o fim do texto eu falarei estritamente sobre a TV brasileira, ou seja, a não ser que você queira ler sobre a pobreza da nossa telinha, acabou aqui o texto.


Por quê as tardes e noites de domingo da TV brasileira são tão ruins?

Antigamente pelo menos a alegria dos auditórios da TV com Sílvio Santos, o falecido Gugu Liberato e outros era espontânea e havia a necessária imprevisibilidade dos programas apesar de já terem quadros fixos, o que existe cada vez menos porque os quadros são cada vez mais previsíveis por serem usados cada vez mais formatos internacionais.

Agora eu vou criticar os programas das maiores redes de televisão do Brasil:

GLOBO

Temperatura Máxima: quem ainda vê filme na TV aberta? E para piorar, selecionam filmes ruins.

Ivete Sangalo: ela cobria as férias do programa do cearense Renato Aragão (Didi Mocó) na segunda metade dos anos 2000 ao meio-dia dos domingos com um programa musical chamado "Estação Globo" em que ela cantava, outros cantores famosos cantavam e os outros cantores cantavam com a "Veveta". E pelo que eu vi em comerciais durante os jogos de futebol, o diretor de entretenimento Bolixo (Boninho), filho do criador da lucrativa e chata programação da Globo baseada em novela & jornal Boni deu para a simpática baiana um programa de auditório baseado em... joguinhos de namorados!

Domingão do Huck: o que diabos é Lip Sync? Vai ver o quadro e descubra que é a mesma coisa de outro quadro do programa chamado "Show dos Famosos": famosos homenageiam atristas com um nome desgraçado que nem o Luciano Huck sabe o que significa.

Fantástico: leia esta reportagem do site "Notícias da TV" sobre a transformação do "Show da Vida" em "Show da Morte" quando completou 50 anos em agosto para conter a fuga de público para os conteúdos do YouTube e do Netflix:

E investir em reportagens sobre crimes e tragédias - que segundo a minha falecida avó (que Deus a tenha!) eram o destaque do Fantástico antigamente - é o que dá as maiores audiências da Record.

E as maiores audiências do ano foram em 8 de janeiro quando depredaram o Congresso, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal e quando entrevistaram uma atriz com forte repercussão na internet, a Larissa Manoela no Dia dos Pais.

SBT

Domingo Legal: há 15 dias eu estava cortando o cabelo às 12:30 do domingo e o televisor do cabelereiro estava ligado neste velho programa. Atualmente tem 2 humoristas bestas que interpretam os personagens Celsinho e Ana Maria Brisa, ainda tem a parte besta da torta na cara, mas os quadros apresentados por Celso Portiolli ainda tem muitos resquícios do lado bom do SBT que é a animação espontânea.

Eliana: pelo pouco que eu vi, que programinha besta! E eu soube nas chamadas narradas nos jogos da Copa Sul-Americana que existe um quadro chamado "Minha mulher é quem manda" onde homens fazem comida, limpam a casa, trocam fraldas de bebês etc. Nada que combine com auditório.

Programa Patrícia Abravanel (antigo Programa Sílvio Santos): pelo pouco que eu vi, é o menos ruim porque segue as fórmulas clássicas de Sílvio Santos que são as de maior sucesso entre os programas de auditório. Mas como herdeira do dono do Baú, com certeza deve continuar com os jogos em que para concorrer, tem que pagar o carnê do Baú da Felicidade, eu não sei se o programa é bom porque eu pouco assisti nessa nova fase.

RECORD: segue o tripé dominical da TV brasileira: filme, programa de auditório e revista de notícias.

Filme: exatemnte a mesma avaliação da "Temperatura Máxima" da Globo.

Rodrigo Faro: um programa cansado que depois do Covid quer passar coisas diferentes, mas pelo que eu vi no mês passado, exibe uma prova gravada da esquecida "A Fazenda" que não tem o efeito de novidade que este programa exige.

Domingo Espetacular: recentemente finalmente desenvolveu uma personalidade própria: tem reportagens boas, mas também continua com as reportagens ruins do padrão de jornalismo da rede do Edir Macedo.

BANDEIRANTES

Campeonato Brasileiro de Futebol - Série B: se um jogo da Série B desse ano é de sangrar os olhos, imagina 2 que é a quantidade que a Band exibe todo domingo com o meu time: o esquecido Ceará, ajudando às vezes a estragar o domingo da TV aberta. Mas ao contrário dos programas de Globo, Record e SBT, não quer te incentivar a ser burro. Mas também é uma grande perca de tempo.

Perrengue na Band: a equipe do antigo programa "Encrenca" da esquecida RedeTV! faz jus à antiga rede: é uma versão mais imbecil das "Videocassetadas" do Faustão.


Soluções

Então, como é que o povo não vai dormir, pensar besteira, ficar vagando no celular ou assistir no YouTube e no streaming? Ainda bem que hoje eu posso ver "Os Simpsons" no streaming quando não há futebol.

Solução para o leitor: vamos pensar no que fazer porque o tempo urge.

Solução para as redes de televisão: seguir o exemplo das grandes redes de televisão dos Estados Unidos e passar muitos esportes. E preencher as lacunas das programações com programas independentes, deixando o dinheiro das redes apenas para os esportes.

Solução para as ligas nacionais dos outros esportes: aprender publicidade com o pessoal das grandes ligas dos Estados Unidos e fazer o pessoal torcer para os times deles.

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