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O mundo burguês da Barbie

  • Luan César da Costa
  • 21 de jul. de 2023
  • 3 min de leitura

Chegou o novo filme da Barbie: um live action feito para adolescentes e adultas, mas nesse ínetrim irão também ao cinema muitas crianças.

Pelo que eu soube, será uma retratação em filme do mundo cor de rosa que as propagandas da boneca retratavam nos intervalos dos programas infantis do passado, quando criança eu via os comerciais a contragosto porque passavam entre os desenhos que eu assista.

O tema do texto não é sobre as versões diferentes da boneca que eu não tenho nada contra: mãe, bailarina, sereia, princesa, usando patins etc., nem sobre os filmes dos anos 2000 com essas outras versões porque o tema é a simbologia clássica da boneca.

Nós depois de crescidos temos que fazer uma autocrítica sobre os desenhos e os cantores que a gente ouvia quando criança deixando de lado o apego e classificando o que havia de bom ou não.

Por exemplo: eu gostava muito do desenho Bob Esponja, que ensina que ser feliz é ser um atestado (bobo) como o personagem que dá nome ao programa; mas eu gostei muito por exemplo de ter tido a oportunidade de ver pela televisão desenhos clássicos como Pica-Pau, me fez divertir bastante.


A simbologia de uma boneca

A simbologia clássica da Barbie é uma união de ideias feministas como o dito empoderamento com o burguesismo ao estilo do "American way of life" (estilo de vida americano).

É o conto de que a mulher esteja no mercado de trabalho, estando lá, comprará prazeres como sair para festas, viajar etc.

Viajar é bom, mas são prazeres e não a finalidade da vida que é ser salvo.

E se o mercado de trabalho contemporâneo às vezes é opressor com os homens com horas extras, pressões, estresse etc., eu conheço mulheres que sofrem mais com a mesma opressão.

Infelizmente não existem debates sobre como conciliar o mercado de trabalho com gravidez, descanso e outras necessidades femininas, quem dirá a existência de sindicatos que defendam acordos com base na Doutrina Social da Igreja Católica.

O trabalho não é fonte de felicidade, mas sim o serviço que tu darás por meio do trabalho.

A elite do sistema financeiro gosta muito.


O padrão de beleza da Barbie

Mulher excessivamente magra ou gorda não é saudável, ao contrário da gíria popular brasileira "quando não é 8, é 80"; para nós homens vale a mesma coisa mesmo eu estando no auge da minha obesidade.


Gigante campanha publicitária

E que trabalho de propaganda feito para o homem-massa, conceito do filósofo espanhol José Ortega y Gasset, cada vez mais o homem-massa é vinculado à marcas.

Eu que sou admirador declarado de longa data do desenho adulto "Os Simpsons", que muitos episódios ótimos e muitos bons episódios, não sou puxa-saco de todos os episódios, às vezes o criador Matt Groening e o roteirista Al Jean erram.

Foi uma das melhores campanhas de divulgação de filmes da história por causa do apego das pessoas às marcas e por causa da força inegável da marca Barbie.


O dilema entre Barbie, "não dependa de macho" e princesa na cabeça das mulheres jovens brasileiras

Eu como sou melancólico, sou um observador de nascença e percebi minhas companheiras de geração Z (nascidos entre 1997 e 2010) que eu conheci tem o dilema:

a) com muitas brigas de casal e separações o lema: "Não dependa de macho" para trabalhar independentemente de se casar ou não;

b) se fala desde criança que ela é uma princesa e como "princesa especial", não precisa trabalhar e sonha no fundo em depender de um homem que dê tudo

c) e várias meninas entenderam mal os filmes de princesa pensando que a virtude delas é não trabalhar, puxando para o chamado da maioria das pessoas brasileiras à preguiça, mas na verdade o que os filmes querem ensinar é que a mulher que dá certo é a mulher que sabe ser doce e forte de acordo com a circunstância.

Aí eu conheço jovens mulheres que não sabem qual dessas opções querem e ficam se lamentando sem um rumo muito definindo, é realmente lamentável.


Eu sei que tem gente que tem raiva de críticas, mas eu sei escrever artigos e crônicas e eu fico completamente satisfeito se uma só pessoa fizer uma autocrítica como a que eu falei.

Vamos tentar melhorar como pessoas por favor e deixar de romantizar algumas coisas.

Como eu não mando em ninguém, se a leitora quiser ver o filme no cinema, vá ver com os próprios olhos o mundo cor de rosa que eu falei aqui.

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