Por quê não comemorar a Revolução Farroupilha?
- Luan César da Costa
- 20 de set. de 2023
- 3 min de leitura
Atualizado: 26 de set. de 2023
Hoje é o aniversário de 188 anos do início da Revolução Farroupilha em Porto Alegre, um movimento que queria fazer no Rio Grande do Sul o mesmo que a Cisplatina (Uruguai) fez: a separação do Brasil.
Eu quero que o leitor faça como eu: liberte-se dos mitos iluministas de revoluções, separações (as "independências") e de "libertadores" da América.
A Cisplatina do mesmo jeito que os bandeirantes ocuparam o interior paulista e o interior da Paraíba foi ocupado pela Casa dos d'Ávila vinda do litoral norte da Bahia, foi ocupada por espanhóis e portugueses dos Açores que se casaram com índias guaranis das tribos dos charruas, dos minuanos e dos tapes e formaram os gaúchos. Além disso, Portugal fundou cidades ocupadas por portugueses para serem portos de defesa: Rio Grande, Porto dos Casais (Porto Alegre) e Colônia do Sacramento na Cisplatina.
Na época em que Pedro I foi o imperador do Brasil, haviam na Cisplatina os partidos Colorado (que apoiou o Império do Brasil) e Blanco (que apoiava as Províncias Unidas do Rio da Prata, a atual Argentina) e numa guerra entre 1825 e 1828 os colorados venceram com o apoio argentino.
A Cisplatina depois da secessão passou a ter uma maior influência de Buenos Aires, principalmente Montevidéu: o ritmo da capital é o tango, o principal cantor vinculado à Argenina que foi o tanguero Carlos Gardel nasceu em Tacuarembó no interior uruguaio, mas na capital existem um ritmo musical similar ao samba chamado candombe e tal como em Porto Alegre existe uma cópia do desfile militar mais conhecido como carnaval de escola de samba.
O Rio Grande do Sul desde 1824 passou a receber imigrantes com a ocupação alemã do Vale do Rio dos Sinos que é sede de várias fábricas e a parte mais forte da Metrópole de Porto Alegre fora da capital; ganhou apesar do genocídio feito pelos bugreiros do governo imperial outra região industrial que é a Serra Gaúcha que é gaúcha apenas no nome, mas é apenas rio-grandense porque foi ocupada inicialmente apenas por europeus apesar do fato de que deveria ser uma região mais forte e mais populosa com a integração dos índios bravos da região que os imigrantes não têm culpa do genocídio deles e ganhou outras colônias prósperas como Santa Cruz do Sul e Lajeado. Tudo foi iniciativa do governo imperial e o Uruguai ganhou assim como Porto Alegre apenas imigrantes urbanos, com o fato da capital rio-grandense ter ganhado não só italianos como Montevidéu, mas também alemães e judeus.
Getúlio Vargas, que é gaúcho de São Borja, é muito homenageado no Rio Grande do Sul, mas prendeu imigrantes e descendentes italianos e alemães por falarem as línguas nativas e tentou matar a cultura deles implantando uma cultura que só dá destaque aos gaúchos do pampa que nem o próprio Getúlio foi.
Como está o Uruguai? O país teve meenos imigrantes, tem menos população que as metrópoles de Fortaleza e Porto Alegre, tem menos indústrias, tem menos igrejas bonitas, tem menos arte sacra, tem um PIB menor e houve a liberação da maconha, ou seja, o Rio Grande do Sul está mal porque de vez em quando existem ciclones, mas se fosse independente estaria pior. A Seleção Brasileira não teria Dunga na Copa de 1994, o treinador da Copa de 2002 Tite, não teríamos Renato Gaúcho e Ronaldinho Gaúcho como conhecemos: os gaúchos cariocas, não haveria um monte de gente e fábricas que existem hoje: a metalúrgica Gerdau, o chocolate Negembauer e nem a Xuxa porque ela é rio-grandense e é descendente de imigrantes de lá.
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