Por dentro da festa da farinha em Itapipoca

Nos últimos dias houve em Itapipoca a Festa da Farinhada que comemora o mês de julho, quando são feitas a farinha e a goma de tapioca no litoral do Ceará. A festa foi liderada por lideranças de uma comunidade mestiça (composta por negros, brancos e morenos descendentes dos índios tremembés) assim como as outras comunidades do Nordeste brasileiro, mas que é considerada atualmente uma comunidade indígena em processo de demarcação.

Aqui estão algumas imagens:

Houve almoço e jantar coletivos e um cartaz diz que a produção é coletiva:

Uma liderança disse que chegou o material do governo federal, mas não chegaram os recursos financeiros para a construção de uma casa de farinha coletiva gerida por óbvio pelos líderes da região. Ela está sendo construída desde o ano passado.

Estão em processo do que eles chamam de "desintrusão" - é este mesmo o nome: retirar quem não aderiu à causa do lugar.

A Secretaria de Cultura de Itapipoca enviou um representante para a festa desse ano, a Fundação Nacional do Índio (Funai) de Brasília enviou um representante na festa do ano passado, chegaram representantes de outra comunidade de Acaraú, haviam turistas do Canadá, estavam lá representantes da Arquidiocese de Fortaleza que está na causa há muitos anos, da Universidade Estadual do Ceará (UECE) e estava lá a antropóloga e presidente do Instituto Aldeia Verde Cláudia Franco que faz pesquisas sobre o assunto desde 2000 e que deu uma entrevista para o jornal eletrônico "Fatos do Ceará".

Houve um ritual chamando o deus dos índios tupis: Tupan, a dança torém, uma festa que é tradicional da região que é o reisado, corrida de jumentos e disputa de baladeira ao alvo.