O governo finge que não sabe que os taxistas são trabalhadores autônomos

Ontem o governo Lula anunciou que pretende fazer uma nova lei que pretende tratar os taxistas como se eles fossem empregados da Uber, das prefeituras municipais, da 99, dos rádio-táxis que ainda existem etc. com salário por hora e direitos trabalhistas e o presidente Lula disse num discurso que quando ele era jovem, um operário de fábrica com carteira assinada era visto como alguém que tinha uma vida melhor. Ele, vindo do Sertão de Pernambuco, se estabilizou como operário de fábrica em São Bernardo do Campo, cidade da Grande São Paulo que é a terra das maiores fábricas do Brasil e lá conheceu o movimento sindical de esquerda; aliás, até hoje operários de fábrica vivem bem porque têm maior estabilidade, oportunidades para crescer profissionalmente e alguns ganham benefícios como plano de saúde e lazer; o que os taxistas não têm se continuarem apenas dirigindo.

Mas taxistas e operários de fábrica são diferentes porque o taxista geralmente é dono do carro e se o carro não é dele, é um veículo alugado para ele usar; ou seja, taxistas são profissionais liberais. O leitor já viu alguma agência de taxistas como Uber, 99, prefeituras ou cooperativas ser dona dos veículos usados assim como as empresas de ônibus? Não, mas na lei proposta pelo ex-presidente da CUT e atual ministro do Trabalho Luiz Marinho, será tratado como funcionário da Uber.

Os taxistas gostam de ir trabalhar na hora que eles querem porque é um emprego que dá flexibilidade: ele pode deixar o filho na escola, deixar a mulher no trabalho, pode socorrer parentes com problemas de saúde, pode dormir e acordar na hora que quiser, pode trabalhar mais um pouco se não tiver o que fazer num domingo para pagar uma conta atrasada e pode ganhar mais do que se trabalhasse num emprego comum.