K-pop: o pilar da vida dos fãs
- Luan César da Costa
- 16 de nov. de 2020
- 3 min de leitura
Antigamente as pessoas só podiam escolher religiões como parâmetro da vida delas e desde os primórdios do Renascimento ocorrido no século XIII no Norte da atual Itália, segundo o fato histórico datado em vários livros, as pessoas passaram a buscar alternativas, evoluindo até os tempos atuais em que até grupos musicais são referências na vida de algumas pessoas mundo afora.
O apelo popular de grupos vindos da longínqua Coreia veio bater do lado oposto via internet, chegando até Fortaleza, onde estamos, sendo um curioso fenômeno massivo do mundo atual que querendo ou não está ao nosso redor como substituto das religiões, que eram algo mais forte na vida das pessoas antigamente, é um estilo de vida na verdade e que não é uma religião simplesmente por não haverem ritos de veneração.
Aqui colocamos como exemplo demonstrativo de amor pós-moderno extremo explícito um fandom (fã clube) do BTS, o principal grupo de pop da Ásia que o autor achou apresentando os coreanos nos comentários de uma manchete de jornal referente à uma doação de fãs, fiz uma entrevista com Alícia, responsável pela associação Armys de Fortaleza, armys (termo inglês que se for traduzir, significa exército) e veja abaixo:
1. O que a associação de vocês faz e promove?
Primeiramente, nossa conta no Twitter servia como fanbase para mostrar notícias, fotos e outros conteúdos do BTS; agora, além disso, também tem o objetivo de divulgar o formulário que é uma pesquisa de público pra tentar trazer o BTS pro Ceará, promovemos a conexão entre fãs no Nordeste.
2. Como vocês definem o BTS, como parâmetro referencial da vida dos ouvintes habituais? Ou outra coisa?
De forma geral, eu acho que eles são um “pilar” na vida de muitas pessoas; podem ser parâmetro referencial também, pra várias coisas, como estilo de roupa, filosofia de vida, gostos musicais, eles são uma grande influência pra nós fãs.
2. Sim, o que o BTS promove para vocês?
Bom, pelas musicas sempre foi objetivo do BTS nos fazer “pensar fora da caixa”. Eles sempre criticaram muito o sistema educacional, as hierarquias e opressões sociais. Hoje em dia eles ainda fazem isso, mas também promovem muitas mensagens sobre autoaceitação, amor próprio e sobre sonhos.
E a Coreia do Sul como se sabe [por pesquisas visíveis na internet] é um dos países com melhor ensino do mundo
Sim, apesar disso, os países do leste asiático, como Coreia e Japão, têm um índice alto de estudantes que se suicidam ou adoecem mentalmente pela alta pressão e competitividade nos estudos.
As duas próximas perguntas são com base no que vi na já citada aparição deles:
3. Já passou alguém aí que deu testemunho de que o BTS tira alguém de problemas emocionais?
Sim, já vi várias pessoas falando sobre como o BTS é um grande apoio e até como os fãs unidos também ajudam muito quando alguém tem problemas psicológicos.
4. Dê um exemplo de cura de depressão pelo BTS:
Não é possível dizer que eles curam depressão ou outros transtornos diretamente, mas com certeza podemos afirmar que as músicas deles são terapêuticas para a maioria do fandom. Talvez por um deles, o Suga, já ter enfrentado a depressão também, muitos se identificam com as letras e mensagens, com os artistas; tem uma colega minha que começou o tratamento tendo como força as músicas deles e a amizade com a gente.
5. Eu já ouvi de ouvintes de k-pop, bem conhecedores que na Coreia do Sul os empresários criam grupos, como o BTS simplesmente para lucrarem, podendo ser qualquer pessoa e não os membros atuais, sem preocupação com os artistas ou com qualidade, deixados ao léu, sabendo disso, na opinião de vocês, vocês não estariam sendo enganados?
Sim e não. Empresa é empresa, a preocupação principal dela é o lucro. No entanto, uma das coisas que nos faz gostar do BTS, e de outros grupos, é que algumas empresas estão começando a priorizar, na medida do possível, o bem-estar do artista e a qualidade das músicas. Claro que a Bighit, por exemplo, não é a empresa mais boazinha do mundo, eles devem passar por coisas que não sabemos, mas eles não entregam qualquer coisa. A prova disso são as superproduções e até uso de teorias psicológicas bem complexas nos álbuns.
7. Quais as ações que os fandons como o de vocês já fizeram em Fortaleza?
Fizemos doações de alimentos pra abrigos de animais, no dia das crianças a @love_yourselfbarmys fez doação de brinquedos, estão com uma campanha de doação de sangue também. Além dos encontros de fãs, o nosso projeto pra tentar trazer o show deles pra cá, mutirões de streams (reprodução de música/ vídeo) e os dos outdoors.
Vimos aqui como é o universo k-pop, posteriormente publicaremos uma matéria sobre os excessos de fãs chinesas por um cantor do ritmo, são absurdidades.
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