Grande gravadora vai usar inteligência artificial para "cantar", quais as possíveis consequências?
- Luan César da Costa
- 26 de jun. de 2024
- 2 min de leitura
A Universal Music - uma das maiores gravadoras do mundo - fez um acordo com uma startup para começar a usar a inteligência artificial para fazer músicas, informação descoberta pelo crítico musical do "Programa Raul Gil" (atualmente exibido no SBT) Régis Tadeu. Depois das composições industriais se tornarem cada vez mais artificiais com o uso de técnicas como o autotune, vai haver no Ocidente algo parecido com o que acontece no Japão há muitos anos onde hologramas parecidos com desenhos de mangás (forma de desenho que deu origem aos desenhos japoneses) fingem que cantam e fazem apresentações.
Sabendo que cantar e compôr músicas são atividades estritamente humanas, usar a IA para atuar no meio musical é errado.
Onde usariam estas IAs? Nos cantores de sertanejo universitário, no piseiro do Nordeste do Brasil e principalmente na música eletrônica. Vamos usar um exemplo: um cantor de sertanejo universitário que não tem voz de cantora colocaria a IA para fazer uma base da voz dele, ele ensaiaria para fingir estar cantando nas apresentações e o pessoal ouviria uma voz modificada com autotune que pareceria ser um cantor maravilhoso.
Outra coisa que infelizmente poderiam fazer: as gravadoras usarem a voz de cantores falecidos - tanto os que tinham vozes maravilhosas quanto cantores industriais queridos - para cantar desde músicas criadas pela IA até músicas de duplo sentido. Que horroroso seria!
Por outro lado, ver um cantor real com voz de cantor e composições excelentes ao vivo seria um privilégio de poucos enquanto o povo se divertiria com o DJ Inteligência Artificial em festivais.
No 1. Mundo estão discutindo os limites da inteligência artificial. Falando nisso, para ver como a IA está incipiente e precisa de supervisão humana: nesse mês a TV Cultura - a emissora de TV pública do estado de São Paulo e principal produtora de programação educativa para a rede de televisão pública brasileira - completou 55 anos de estatização e lançou versões remasterizadas para alta definição usando a IA dos seus programas clássicos e o resultado foi criticado nas redes sociais.
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