Crônica do interior nordestino em 2023
- Luan César da Costa
- 27 de nov. de 2023
- 3 min de leitura
Em Itapipoca plantar de tudo dá e assim como no resto do interior nordestino só passa fome quem não tem coragem de trabalhar: ontem eu ouvi que um policial militar aposentado de Fortaleza estava planatando açaí (fruto originário da região de Belém do Pará que é uma região em longitude similar à Itapipoca) na beira de um rio para vender para comerciantes daqui de Fortaleza, ou seja, se fizer sucesso ouviremos em breve falar em açaí cearense.
Mas infelizmente as forças contra o trabalho inibem o desenvolvimento de Itapipoca:
1. Desde a aparição do Bolsa Família no 1. governo do Lula em 2003 o programa era usado indiretamente para comprar votos, desde então já haviam pessoas no interior se sustentando só com o programa e alguns usavam o dinheiro só para beber.
2. Em 2020 seguindo conselhos dos deputados da oposição petista - que sabe que o assistencialismo estatal gera um ciclo de inflação - interessados em derrubá-lo, o Bolsonaro aceitou a ideia do gordo Auxílio Emergencial de R$600 para salvar seu governo que havia acabado na prática e aumentar a popularidade no Nordeste provavelmente sob os conselhos de generais como o delator Mauro Cid. O que gerou depois que os governadores dos estados afrouxaram a quarentena uma onda de festas sem fiscalização em clubes de Itapipoca foram farras e festas ao som da "pisadinha". Tanto que quando eu fui em viagem passar o ano entre 2020 e 2021 só se ouvia zoada de músicas de um subgênero do forró eletrônico chamado "piseiro" que foi impulsionado com estas festas pagas com o dinheiro do chamado posteriormente "Auxílio Brasil". Depois disso aumentou o número de pessoas no interior se sustentando só com o dinheiro do programa e alguns usavam o dinheiro só para beber.
3. Nesse ano depois da reeleição do Lula o Bolsa Família aumentou com um incremento no valor adicional por filho e consolidou o que os petistas construíram no governo Bolsonaro. Depois disso quase todo mundo lá usa este dinheiro, cestas básicas e bolsas; aumentou o número de pessoas no interior se sustentando só com o dinheiro do programa por deixar de trabalhar para viver no ócio e por pobreza e alguns usam o dinheiro só para beber.
4. E um ditado popular diz "Nada que é tão ruim não possa piorar" e assim infelizmente está sendo porque agora o negócio transcendeu: agora o governo do Estado do Ceará governado desde 2015 pelo partido de Lula criou as "Cozinhas Solidárias" do programa "Ceará sem fome" que dá quentinhas de graça no litoral de Itapipoca onde "tudo o que se planta dá", ou seja, estão jogando dinheiro fora porque é um fato conhecido em todo o Ceará que no interior nordestino ninguém passa fome por falta de dinheiro e que os subnutridos só estão no sertão e na Metrópole de Fortaleza. Só quem passa fome por falta de dinheiro é quem mora aqui na capital e nas cidades vizinhas. Estão como se diz aqui "rebolando dinheiro no mato" para angariar votos em eleições.
Ninguém precisa trabalhar mais para poder comer no interior: eis o sonho de quem mora em Fortaleza, mas só sai desse sistema de compra de votos aqui no Ceará e cresce quem foge para a sede de Itapipoca, para Sobral, para o Crajubar (Juazeiro do Norte, Crato e Barbalha) e para Fortaleza e sua metrópole. Mas o conselho para quem mora lá e não quer isto é plantar na roça, criar animais ou trabalhar.
Uma dica para quem quer plantar: a minha tia usa a água da pia para regar um limoeiro através de um cano e graças à irrigação há limão o ano inteiro - o que é ótimo porque é uma fruta cítrica (tem vitamina C), é bom para botar em comidas como carne e peixe, tem um gostoso suco azedinho etc.
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