Ataques muçulmanos na França tiveram convocação
- Luan César da Costa
- 1 de nov. de 2020
- 2 min de leitura
O jornal francês Le Figaro publicou umas matérias que só estão disponíveis por completo para assinantes, mas que pelos primeiros parágrafos já diz muito e abaixo está a tradução deles:
1. Comunicado convocando ataques
Por vários dias, os serviços de segurança estiveram em alerta. Enquanto a França acaba de viver um dia marcado por um atentado em Nice (matéria do último dia 29, quinta), bem como vários atentados neutralizados pela polícia, em Avignon e Lyon, Le Figaro retorna a uma nota do Ministro do Interior Gérald Darmanin, que vinha alertando desde o último domingo sobre o aumento do risco de terrorismo no território. O telegrama "com distribuição restrita" foi enviado para ação ao prefeito da polícia, bem como aos prefeitos das zonas de defesa e segurança, regiões e departamentos e, finalmente, ao prefeito da polícia de Bouches-du-Rhône.
O documento cita como tema “medidas de vigilância acrescidas” na sequência de um comunicado de imprensa publicado no mesmo dia pela agência THABAT, “junto à organização terrorista Al-Qaeda”. O documento “pede explicitamente ações visando nosso país (França) como parte da 'jihad individual'”, detalha a nota.
2. Troca de acusações entre o presidente francês e o turco foi pretexto para onda de ataques
A fúria anti-francesa que atingiu o mundo árabe-muçulmano nos últimos dias parece ter inspirado os dois ataques islâmicos que atingiram a basílica de Notre-Dame em Nice e uma vigília no consulado francês em Jeddah, Arábia Saudita, na quinta-feira. A guerra verbal lançada pelo presidente islâmico turco Recep Tayyip Erdogan contra Emmanuel Macron, a quem ele acusa de ter defendido a liberdade de caricaturar o Profeta Muhammad, e contra a França, cujos produtos ele chamou ao boicote, s ' se espalhou como um incêndio em um grande número de países muçulmanos. Alimentado por uma campanha de propaganda ultrajante do governo turco, que comparou a situação dos muçulmanos na França à dos judeus antes da Segunda Guerra Mundial.
Em Dijon, um desfile turco com gritos de "Allah Akbar" aconteceu algumas horas após o ataque de Nice
Dezenas de ativistas nacionalistas marcharam contra a Armênia. A prefeitura da Côte d'Or disse "condenar da maneira mais forte" a manifestação.
Quinta-feira, 29 de outubro à noite e em pleno toque de recolher, várias dezenas de militantes nacionalistas da comunidade turca marcharam nas ruas de Dijon, com muitas bandeiras, antes de serem dispersos por gás lacrimogêneo da polícia.
O desfile vigoroso foi dirigido principalmente à comunidade armênia, devido ao conflito apoiado pela Turquia entre a Armênia e o Azerbaijão na região de Nagorno-Karabakh. As recentes declarações do presidente turco Erdogan contra a França e Emmanuel Macron, após a publicação de caricaturas de Maomé, também foram capazes de encorajar esse vento de raiva com a comunidade e conotações religiosas.
No Twitter, vídeos mostram dezenas de manifestantes agitando bandeiras turcas e gritando "Allah Akbar" no centro da cidade.
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