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As raízes dos grandes apagões

  • Luan César da Costa
  • 16 de ago. de 2023
  • 2 min de leitura

Ontem graças a uma falha na parte duma linha do Sistema Integrado Nacional de energia elétrica, a maior parte do Brasil ficou sem energia.

Quando a energia elétrica começou a ser implantada na Europa Ocidental e Central, nos Estados Unidos e no Brasil, as usinas de produção de energia só tinham alcance local e eram operadas por empresas privadas, mas infelizmente em alguns casos passou a ocorrer o monopólio privado como aqui em Fortaleza por exemplo.

A energia elétrica nos primórdios era da The Ceará Light and Power, que tinha sede em Londres, mas tinha uma usina para abastecer Fortaleza e por ser a única empresa a operar na então pequena cidade, ganhou o monopólio privado do município, ou seja, ganhou privilégio estatal.

Poucos anos depois da Segunda Guerra Mundial a Prefeitura estatizou a companhia, agora com o nome Serviluz que dá nome a um bairro próximo ao Mucuripe, no começo da década de 1970 foi incorporada pela estadual Companhia Energética do Ceará (Coelce) e hoje exceto para grandes empresas e gente que pode fazer uma usina de energia solar, existe o monopólio privado da mesma Coelce, hoje parte do grupo paraestatal italiano Enel.

Parece o processo da telefonia: chegou ao Brasil com competição privada, chegou nas cidades pequenas com serviços telefônicos municipais que colocaram telecentros e centrais telefônicas nas zonas rurais, a Ditadura Militar concentrou a telefonia em companhias estaduais e o neoliberal Fernando Henrique Cardoso criou um oligopólio cuja maior parte ficou com seu aliado Tasso Jereissati que é dono até hoje dos shoppings Iguatemi, a Telemar/Oi.

Em breve eu publicarei um texto crítico à centralização no Brasil, que foi intensificada com Getúlio Vargas.

Na década de 1950 foi inaugurada a Usina Hidroelétrica de Paulo Afonso no Rio São Francisco, Bahia e anos depois foi inaugurada a Usina Hidroelétrica de Xingó no mesmo rio, mas entre Alagoas e Sergipe e depois todo o Nordeste passou a depender apenas de 2 usinas hidroelétricas no meio do sertão que tem problemas de água até hoje.

E a Ditadura Militar concentrou boa parte da energia do Sudeste na Usina Hidroelétrica de Itaipu, tanto que quando houve um problema na usina de Foz do Iguaçu lá em 2009, houve o maior apagão da história brasileira antes do apagão de ontem.

O governo Lula criou o programa "Luz para Todos" no seu 1° governo não com usinas elétricas locais, mas sim com mais usinas gigantes e no governo Dilma Rousseff, foi construída a usina hidroelétrica de Belo Monte no Pará depois de briga com indígenas que moravam lá e foram desapropriados.

E recentemente Lula assegurou com a Venezuela que energia de uma usina hidroelétrica de lá será usada para o retorno do "Luz para Todos".

O que fazer com as gigantes hidroelétricas? Criar o que já existe na União Européia: concorrência de empresas privadas de energia e não monopólios privados estaduais.

Hoje pelo menos as grandes empresas podem ter concorrência e a partir da classe média você pode ter condições de produzir energia solar, mas ainda existe monopólio privado.

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