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O presente de grego do governo para os trabalhadores

  • Luan César da Costa
  • 12 de nov. de 2024
  • 3 min de leitura

Eu percebi que tem gente escorrendo raiva nas redes sociais defendendo este projeto de lei que propõe o fim da escala de 6 dias de trabalho e 1 dia de folga – eu sou contra a escala 6x1 - para 4 dias de trabalho e 3 dias de folga – mais 1 dia de folga para a maior parte das pessoas -, ou seja, é um presente de grego para proibir a mais tradicional jornada de trabalho: 8h por dia em 5 dias da semana.

 

Consequências propositais ou não propositais

Caso esta lei for aprovada, a pessoa tem o direito de colocar na Justiça do Trabalho o patrão que exige que o funcionário trabalhe 8h por dia em 5 dias da semana. Mais processos para os sobrecarregados fóruns trabalhistas.

Para a maior parte do povo, seria mais um dia para beber até cair, mais um dia para pagar garotas de programa, talvez mais um dia de Carnaval a depender de qual seria o novo dia de folga, mais um dia para assistir séries e filmes o dia todo e mais um dia para vasculhar os canais de televisão.

Ontem eu vi rapidamente o programa policial “Tá na Hora” – a versão atual do programa “Aqui Agora” – apresentado por “Marcão do Povo” no SBT mostrando um acidente na cidade de São Paulo em que um motorista puxou a última marcha, atropelou um motoqueiro e causou um acidente com outros carros às 6h da manhã de um domingo. Domingo pelas 6h ou 7h da manhã em uma cidade grande, se você andar na rua, vai ver carros de gente comum tocando música alta e passando rapidamente pelas ruas sem olhar se tem alguém querendo atravessar a rua.

Imagina o debate: qual seria a nova sexta-feira? A quinta ou a segunda?

Este é o efeito-dominó: pagando por menos dias trabalhados, a produtividade brasileira que já é baixa, diminuiria. Como o trabalho seria menor, o salário diminuiria e mais pessoas receberiam o salário mínimo. E se a empresa for menor; ela terá que fazer demissões para sobreviver; o que deixa o trabalhador chateado e mais suscetível ao messianismo político, aos falsos pastores e a falsos coaches como Pablo Marçal. Nessa situação, o trabalhador comum terá que sobreviver ganhando "Bolsa Família" e se alimentar de programas como "Ceará sem Fome" do governo estadual, dependendo do governo para sobreviver.

Trabalhando menos, o trabalhador comum fica mais pobre, os empresários ricos ganham menos dinheiro e os pequenos empresários ficam mais pobres. Vai todo mundo perder.

 

O que o governo não quer fazer pelo trabalhador

Vai instituir férias de 2 meses que nem no Primeiro Mundo para o trabalhador descansar e ter mais disposição para trabalhar? Não porque quem trabalha melhor vai ganhar mais dinheiro e depender menos do assistencialismo estatal.

E ninguém vai proibir o que também importa de fato: acabar com os plantões de 24h ininterruptas dos médicos, enfermeiros e biomédicos. Este tema eu abordei um dia desses em um texto em que defendo a entrega dos centros médicos públicos para os funcionários administrarem, manterem um serviço gratuito e administrarem com qualidade.

Alguém perguntaria assim: -Ah, mas esse pessoal ganha bem. Mas ninguém aguenta passar 24h sem dormir.

 

Agora eu vou colocar a pluralidade de ideias colocando a voz do povo que une muitos eleitores de Bolsonaro e Lula:

-Eu sou a favor! Mais um dia de folga pra mim encher a cara.

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