50 anos do Golpe de Estado de 1964: 21 anos de autoritarismo contra todos os grupos políticos

Segunda, 1° de abril e não 31 de março como a história registra, é o aniversário de 60 anos do Golpe Militar de 1964.

Os movimentos sociais que apoiaram o golpe como os de Carlos Lacerda e a Igreja Católica pediam intervenção do Exército e eleições diretas dentro de 40 ou 60 dias - agora eu não lembro o dia exato - para presidente; mas os militares liderados pelo Marechal Castello Branco, que nasceu em Fortaleza permaneceram no poder além do prazo previsto. Em 1965 um dos primeiros Atos Institucionais extinguiu todos os partidos políticos existentes e criou 2: Aliança Renovadora Nacional (Arena) e Movimento Democrático Brasileiro (MDB), ou seja, deu um golpe no sistema democrático vigente.

O presidente deposto João Goulart depois do golpe se exilou no Uruguai junto com o aliado conterrâneo e então governador do Rio Grande do Sul Leonel Brizola. O Uruguai foi colonizado pelos rio-grandenses no século XVIII. Carlos Lacerda, o líder da "direita" e favorito a ganhar a eleição para presidente foi perseguido politicamente e os líderes de centro Juscelino Kubitschek e Adhemar de Barros também foram perseguidos.

Os vencedores foram os perseguidos graças a presentes da Ditadura

Chico Buarque de Hollanda, o mais talentoso dos cantores de "música popular brasileira" (a elitista MPB), cantou o hino da esquerda na Ditadura Militar que é a música "Apesar de você". Esta canção descreveu o que houve depois: "Apesar de você, amanhã será outro dia" e assim foi.

Sindicalização obrigatória dos jornalistas

Em 1965 o governo de Castello Branco obrigou todos os jornalistas brasileiros a se inscreverem nos sindicatos dos jornalistas estaduais e as novas autorizações para o exercício do jornalismo passaram a ser dadas apenas aos diplomados em jornalismo nas universidades, o que acabou posteriormente e quem dominava estes sindicatos? O Partido Comunista Brasileiro. Até o filósofo Olavo de Carvalho, conhecido por denunciar o PT desde 1993, que na época era jornalista foi sindicalizado e posteriormente membro do Partido Comunista por pouco tempo.

A Ditadura Militar perseguiu e colocou Paulo Freire como política para todo o país

Segundo a pesquisa acadêmica "Narrativa histórica da implantação do Telensino no Ceará" publicada em 2014 por uma pesquisadora da Universidade Federal do Ceará (UFC) a professora Rita Facó, que foi líder do grupo que desenvolveu o sistema de transmissão de aulas pela TV em meados da década de 1970, disse que os sistemas de telensino implantados pela TV Educativa do Maranhão, pelo satélite SACI da TV Universitária do Rio Grande do Norte e pela TV Educativa do Ceará tiveram como base a "Pedagogia do Oprimido" do pedagogo comunista Paulo Freire - aquele que tem frases de efeito citadas em pesquisas acadêmicas de todo o mundo - sem nenhuma oposição dos governantes.

Ernesto Geisel apesar de continuar com a censura, fez um governo visando agradar os pensamentos de esquerda predominantes na sociedade da época.

A pedagogia de Paulo Freire, baseada no aprofundamento do estudante na sua própria situação de pobreza, também foi a base do Movimento Brasileiro de Alfabetização (Mobral) que alfabetizava pobres das periferias das cidades e das zonas rurais. Este programa da Ditadura foi um fracasso segundo a opinião popular porque ele não alfabetizava efetivamente os oprimidos.

As eleições depois da redemoctatização

1989 - Collor x Lula no 2° turno, venceu Collor

Collor foi um dos políticos oportunistas da época da Ditadura Militar e Lula foi preso por alguns dias depois de uma greve em 1978.

1994 e 1998 - Fernando Henrique Cardoso, Lula e Brizola; venceu FHC no 1° turno

Os 3 principais candidatos à presidente foram perseguidos na Ditadura: FHC foi professor na Universidade de Sorbonne durante a revolta socialista de 1968 na França, sendo um dos líderes da rebelião.

2002 - Serra e Lula no 2° turno, venceu Lula

Serra também foi perseguido na Ditadura.

2006 - venceu Lula no 2° turno

2010 - Serra e Dilma no 2° turno, venceu Dilma

Dilma Rousseff era duma guerrilha urbana chamada Vanguarda Armada Revolucionária-Palmares (VAR-Palmares) que fazia o que eles chamam "expropriação" nos caixas-fortes dos bancos para financiar a revolução socialista.

2014 - Dilma e Aécio, venceu Dilma

Aécio Neves é neto do ex-primeiro-ministro Tancredo Neves, que seria o 1° presidente da redemoctatização, mas morreu antes da posse e foi transformado em mártir.

Ou seja, a Ditadura Militar fez os grandes grupos da política brasileira: o Partido da Social-Democracia Brasileiro (PSDB) foi feito por marxistas como Fernando Henrique Cardoso e José Serra que seguiam mais estritamente Marx e ajudavam o grande capital norte-americano; o Partido dos Trabalhadores (PT) foi criado por perseguidos da Ditadura como o atual presidente, Rui Falcão, José Dirceu, Sérgio Buarque de Hollanda (pai de Chico Buarque de Hollanda) e outros e o MDB reunia a oposição, mas depois da redemoctatização passou a ser a confederação de fortes pilantras líderes políticos estaduais como Michel Temer em São Paulo, Jáder Barbalho no Pará, Renan Calheiros em Alagoas, José Sarney no Maranhão e outros.

A história é contada por Zuenir Ventura que fez um livro com base na sua prisão, Fernando Gabeira (ele participou do sequestro do embaixador norte-americano no Rio de Janeiro), Chico Buarque de Hollanda, Caetano Veloso, Gilberto Gil e outros e não por algum simpatizante, ou seja, afinal de contas a esquerda venceu.