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Querem a independência do Nordeste

  • Luan César da Costa
  • 15 de out. de 2020
  • 3 min de leitura

Alguns grupos visíveis e crescentes na internet exaltam coisas regionais como comidas, bebidas, programas, gírias, frases e bandas do nosso estado do Ceará por uma sensação de pertencimento estadual, quem usa redes sociais já deve ter visto diretamente ou por compartilhamentos de algumas pessoas publicações ressaltando isso.

O pertencimento das pessoas ao Brasil é pouco ressaltado pela maioria das pessoas, com muitos se unindo em torno disso somente durante a Copa do Mundo de Futebol e graças à falta de identidade, ressurgem os movimentos regionalistas que atuavam quando o Brasil havia se emancipado de Portugal, com pessoas espalhadas defendendo isso por motivos de preconceito da parte Sul do país, sendo algo visível decorrente da soberba tosca de alguns, mas que pode ser superável.

O Brasil como um todo tem várias grandes obras descrevendo o cotidiano das suas regiões, por exemplo, o Nordeste tem várias, mas não tem uma epopéia (livro que fala dos heróis do seu lugar e que serve como aglutinador mítico de um lugar) como Portugal tem "Os Lusíadas" e a Grécia tem a "Odisséia", aliás, no Brasil, só o Rio Grande do Sul tem uma epopeia: "O tempo e o vento" de Érico Veríssimo, que junto com as roupas de gaúchos e os seus costumes, gírias, canções que passam gerações, ritmos e outros formam o elemento de nação para os sul-rio-grandenses e no Nordeste falta a epopéia e com relação à roupa, é colocada geralmente a veste e o chapéu dos cangaceiros, bandidos colocados em versos de cordéis e de repentistas (que têm um verdadeiro vocabulário rico), mas temos vários personagens, não podendo limitarmos somente a um, temos o sertanejo e o vaqueiro no sertão, o pescador do litoral, o agricultor que planta sob o clima quente, além de figuras específicas locais como os trabalhadores da cana-de-açúcar principalmente em Pernambuco e etc.

O Nordeste é diverso e o Brasil mais ainda, com inúmeras culturas regionais, mas com uma língua e principalmente uma personalidade social em maior ou menor grau comum: um povo bem miscigenado e uma alma muito passional, que muitas vezes age por impulsos e que facilmente é levada a acreditar em uma ou outra coisa tal como a direção do vento e isso não é bom porque causa desequilíbrios e falta de um rumo, resumindo: somos pessoas diversas, mas temos uma alma mais ou menos com características comuns e quase não se ressalta isso, sendo imposto para nós um conceito de nação brasileira que se pesquisarmos, se descobrirá que foi um arranjo do governo de Getúlio Vargas que coloca coisas da então capital do Brasil, a cidade do Rio de Janeiro como a cultura de todo o país, não tendo uma epopeia aglutinadora por exemplo, e até hoje não temos, formando um conceito errôneo de nação baseado no samba especificamente carioca; no estilo brasileiro de jogar futebol, reconhecidamente o melhor da história, mas que não serve para unificar verdadeiramente um país e no carnaval carioca, elementos de uma única cidade, da Baixada fluminense e de Niterói e cidades vizinhas.

No campo cultural o nosso país precisa de uma epopéia e da discussão do seguinte conceito: inúmeras diferenças e características comuns e no campo administrativo precisamos de uma administração tal como a do federalismo dos Estados Unidos, uma ampla autonomia dos estados para um governo mais próximo das pessoas, com a observância permanente de nós.


 
 
 

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