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Quem foi Olavo de Carvalho?

  • Luan César da Costa
  • 24 de jan. de 2024
  • 8 min de leitura

Atualizado: 4 de jul. de 2024

Foi um filósofo, escritor, ensaísta, professor e jornalista que sacode de alguma forma o Brasil há muitos anos.

Infância

Olavo Luiz Pimentel de Carvalho nasceu em 29 de abril de 1947 na cidade de Campinas, ele era descendente de portugueses e alemães que ocuparam a região de Campinas, seu pai era da Força Pública do Estado de São Paulo (a atual Polícia Militar) e sua mãe era conhecida por ser uma mulher com força física. Passou alguns anos de sua infância acamado porque tinha uma doença rara, nessa época lia muitas histórias em quadrinhos da Disney, era torcedor do Corinthians, queria ser um humorista como Ronald Golias e achava que todos eram mais inteligentes do que ele.


Adolescência

No começo da década de 1960 quando Olavo era adolescente, ele aderiu à seção juvenil da Ação Católica - uma organização da Igreja Católica que na época era um forte movimento social baseado na Doutrina Social da Igreja, ele diz que sua vida foi em busca da verdade: como militante católico, militante comunista, astrológo, esotérico, anti-comunista e católico. Em 1964 com 17 anos ele se mudou para a capital paulista para trabalhar e se tornou repórter.


Juventude socialista

Em 1965 no governo do marechal Castello Branco foi implantada uma lei determinando que todos os jornalistas deveriam ter a carteira do sindicato dos jornalistas da região onde ele mora para continuarem exercendo a profissão e assim Olavo virou um jovem comunista. Segundo Olavo, ele lia livros de Karl Marx e a maioria dos seus colegas partidários da época não lia.

Por alguns meses entre 1967 e 1968 foi membro do Partido Comunista Brasileiro (PCB). Em 1968 morou na mesma pensão que o ex-ministro do 1° governo Lula José Dirceu, aquele mesmo citado no Mensalão em 2005 e que é um dos líderes do Partido dos Trabalhadores (PT) desde a fundação do partido em 1980, o local era próximo à Faculdade de Direito de São Paulo, mais conhecida pelo nome da praça vizinha: o Largo do São Francisco.

Em 1969 quando trabalhava no extinto Jornal da Tarde do jornal "O Estado de S. Paulo" (o "Estadão") participou da resposta dos jovens chamados "Os meninos do Ruy" [Mesquita, o dono do grupo desses 2 jornais] que editavam o jornal vespertino a uma ação de censura da Ditadura Militar por causa de críticas ao governador paulista Laudo Natel, que foi nomeado pelos militares: colocaram no lugar das notícias habituais dos jornais receitas de bolo, versos do livro clássico "Os Lusíadas" do português Luís de Camões e uma receita chamada "Laudo Pastel". Nessa época ele ganhou a sua 1ª filha: Leilah de Carvalho que foi dada para um amigo de Olavo na época porque ele não tinha condições financeiras de cuidar dela e posteriormente ela foi educada pelos pais adotivos comunistas contra Olavo porque ele largou o movimento marxista e desde então ela está brigada com o pai.


Adulto

Na década de 1970 continuou como repórter e em 1974 foi até a casa do cantor Roberto Carlos fazer a matéria "Acharam Roberto Carlos" para o jornal "Notícias Populares" do Grupo Folha de S. Paulo que desmentiu uma matéria do mesmo jornal que dizia que o cantor estava desaparecido. Ele só teve participação na matéria onde ele foi até a casa do cantor e também trabalhou como repórter da Folha de S. Paulo.


Astrólogo

No final da década de 1970 ele na sua busca pela verdade virou astrólogo, foi colunista de revistas e lançou seus primeiros livros que hoje estão fora de circulação e trabalhos de pesquisa.


Esotérico

Na década de 1980 participou da filial paulista da seita esotérica de Fritsjof Schuon. Em 1986 foi pela 1ª vez para os Estados Unidos a fim de conhecer pessoalmente Schuon, lá ele percebeu que ele era esquisito e depois de chegar ao Brasil, ele brigou com seus colegas de seita que fizeram ameaças de morte, Olavo diz inclusive que este caso apareceu no "Jornal Nacional" da Rede Globo. A partir de 1987 ele deixou o esoterismo e começou a deixar a astrologia na sua crise dos 40. Em 1989 Olavo se mudou para o Rio de Janeiro em busca de diálogo com intelectuais mais velhos e aparece no programa "Tome Ciência" da TV Educativa do Rio de Janeiro, exibido para o SINRED - Rede Brasil (atual TV Brasil), defendendo a existência de fenômenos astrológicos num debate, mas ele ainda estava deixando a astrologia.


Vida intelectual pública: filosofia e anti-comunismo

Em 1993 depois que Olavo havia deixado permanentemente a astrologia, o advogado José Carlos Garça Wagner lhe apresentou documentos do Foro de São Paulo, uma associação criada por Lula e Fidel Castro que hoje tem endereço na Internet: https://forodesaopaulo.org/, publica vídeos de reuniões que podem ser achados em pesquisa no Google e segundo seu site, o Foro reúne a maioria dos partidos de esquerda da América Latina: os brasileiros PT, PDT, PCB, PCdoB e PPS; o Partido Comunista Cubano; o Partido Socialista Unido de Venezuela onde participaram Hugo Chávez e Nicolás Maduro; Comunes da Colômbia (o atual nome das FARC) etc. No mesmo ano ele trabalhou na Fundação Odebrecht fazendo pesquisas sobre cultura brasileira, disse para o dono da empreiteira para eles não fazerem negócios com o PT e lançou o livro "Aristóteles em nova perspectiva" que publicou a descoberta da Teoria dos 4 Discursos de Aristóteles, até então só haviam sido descobertos 3.

Desde então ele passou o resto da década de 1990 viajando pelo Brasil fazendo discursos contra o Foro de São Paulo em quartéis militares que alertaram quase ninguém.

Em 1995 ele lançou o livro "O Imbecil Coletivo: Atualidades Intelectuais Brasileiras" em que criticava os intelectuais populares da década de 1990 acusando-os de serem farsantes, posteriormente ele apareceu na capa do jornal "O Globo" por causa duma briga, foi entrevistado por Pedro Bial no canal pago GloboNews e ganhou elogios de intelectuais como Ariano Suassuna: o escritor do livro "O Auto da Compadecida", Jorge Amado: o escritor do livro "Tieta do Agreste", o escritor Bruno Tolentino etc. O livro foi sucesso de vendas na Bienal do Livro do Rio de Janeiro e precisou de novas impressões.

Depois passou a fazer textos na revista cultural da Editora Abril: "Bravo!" e em setembro de 1998 foi entrevistado pelo jornalista Boris Casoy na Rede Record, lá ele falava muitas coisas que ele falava até a sua morte.

Ele também fazia cursos e apostilas sobre filosofia em universidades como a Faculdade da Cidade do Rio de Janeiro, algumas estão disponíveis até hoje na sua plataforma Seminário de Filosofia. Olavo era crítico da idéia de que só quem tem um diploma pode ser especialista em alguma área se baseando em Aristóteles, ele falava mais ou menos assim: -Aristóteles para ser filósofo não precisava ter um diploma dizendo que ele era filósofo.

Em 1999 foi ameaçado de morte e passou alguns meses como assistente do embaixador do Brasil na Romênia, lá ele ajudava a assinar contratos de exportação de novelas da Rede Globo para uma rede de televisão romena, conheceu intelectuais do país e tirou uma foto pisando numa estátua do ditador Nicolae Ceauşescu. Pouco tempo depois ele voltou ao Brasil porque não se acostumou ao frio.

Em 2001 o dono e fundador das Organizações Globo Roberto Marinho chamou Olavo para ter uma coluna no jornal "O Globo" e substituir o economista Roberto Campos, depois Olavo passou a ter outros textos publicados nos jornais "Folha de S. Paulo" e "Zero Hora" (Porto Alegre) e no mesmo ano o general hoje falecido Sérgio Augusto de Avelar Coutinho, mais conhecido como general Sérgio Coutinho, lançou seu livro sobre estratégias do marxismo e concordou com Olavo. Pouco tempo depois Olavo foi demitido do maior jornal rio-grandense porque publicou e descobriu numa revista uma frase dita numa entrevista pelo então governador do Rio Grande do Sul Olívio Dutra (PT) em que ele se vangloriou de ser campeão de ********.

Em 2002 quando morou por um curto tempo em Petrópolis, Olavo criou com sua filha Maria Inês de Carvalho o endereço Mídia sem Máscara em que ele criticava notícias. Aos poucos o site ganhou visualizações e sabendo que o futuro estaria na Internet, ele começou a usá-la.

Em 2004 foi convidado para ser professor de Filosofia da Universidade Federal do Paraná em Curitiba e lá conheceu o economista liberal e professor de literatura José Monir Nasser falecido em 2013.

Em janeiro de 2005 passou a ir ao ar no pequeno Canal 21 UHF (atual Rede Mercosul) de Curitiba o seu quadro "Mídia sem Máscara na TV" em que comentava notícias com José Monir Nasser nas tardes de domingo.


Vida nos Estados Unidos

Em junho de 2005 Olavo foi morar em uma área rural do estado da Virgínia nos Estados Unidos porque ele considerou o ambiente intelectual brasileiro nocivo para ele. Pouco tempo depois, ele saiu do ar na TV de Curitiba e deixou os jornais "O Globo" porque Roberto Marinho morreu em 6 de agosto de 2003 e o editor-chefe Luiz Gama não gostava de Olavo e "Folha de S. Paulo".

Em dezembro de 2006, ele começou o seu programa "True Outspeak" onde comentava as notícias da semana fazendo um personagem falante de palavrões inspirado no apresentador de programas policiais Luiz Carlos Alborghetti - ele revelou o apresentador Ratinho na TV.

Em fevereiro de 2011 ele noticiou no programa "True Outspeak" que a fabricante de refrigerantes Pepsi estava fazendo testes com fetos abortados, mas uma semana depois ele disse que a multinacional pediu desculpas em uma nota.

Nessa época, Olavo debateu contra o ideólogo do presidente russo Vladmir Putin: um membro da KGB chamado Aleksandr Dugin. Nesse livro, Dugin faz uma propaganda da sua Quarta Teoria Política que propõe uma aliança liderada por Moscou entre grupos políticos do 1. Mundo, esquerdistas latino-americanos, jihadistas do Oriente Médio e China contra o que ele chama erroneamente de "liberalismo" (ele chama de liberalismo a soma de cultura cristã, liberalismo, cultura de massa ocidental e americanismo; que são coisas diferentes e têm alguns aspectos opostos) e no começo do livro, Olavo aparece debatendo e depois, ele passa a brigar contra o ideólogo russo devido à fuga do tema do debate. Este debate se tornou o livro "Os EUA e a Nova Ordem Mundial".

No fim de 2018, Olavo indicou 2 ministros para o governo Bolsonaro: Ernesto Araújo para Relações Exteriores e Ricardo Vélez Rodríguez - um colombiano naturalizado brasileiro que é professor universitário em Juiz de Fora/MG - para a Educação. Olavo era a favor da extinção do Ministério da Educação devido ao fracasso ao longo das décadas dos planos ministeriais e deve ter indicado Rodríguez para este fim.

Olavo era chamado de "guru" do governo Bolsonaro, mas ele mandava conselhos para o então presidente através de vídeos publicados no YouTube que não foram postos em prática e que talvez nunca tenham chegado aos ouvidos do mandatário. Alguns conselhos sugeridos:

pronunciamentos em rede nacional no horário de maior audiência da TV brasileira, ou seja, no lugar da novela mais importante da Rede Globo;

não colocar militares nos ministérios devido à posição política dos militares;

criar grupos de apoio locais e regionais ao governo

e trabalhar para executar os projetos mais populares durante os primeiros 3 meses de governo aproveitando a proximidade com a eleição.

Em 2020, Olavo passou a criticar duramente os ministros generais do governo do presidente Bolsonaro acusando-os de darem conselhos errados obedecidos pelo então mandatário. Em 2023 um general que foi membro do governo bolsonarista chamado Mauro Cid foi o general delator em um inquérito no Congresso Nacional.

Também em 2020, Olavo criticou os bolsonaristas devido à falta de coordenação deles no governo, o que causou a ira de alguns deles. Um exemplo dessas críticas está na série de vídeos "A direita suicida".


Problemas de saúde e morte

Em 2021, Olavo ficou internado no Hospital das Clínicas em São Paulo em decorrência de problemas de saúde que segundo um documentário especial da produtora Brasil Paralelo sobre Olavo, foram causados por uma doença que ele pegou de um carrapato. Ele disse que os médicos dos melhores hospitais brasileiros são melhores do que os os médicos dos melhores hospitais norte-americanos.

Morreu em 24 de janeiro de 2022 depois de uma nova internação nos Estados Unidos e foi sepultado no estado da Virgínia.

 
 
 

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